plural

PLURAL: duas opiniões diferentes no mesmo espaço

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    • Nossos velhos 
      Neila Baldi 
      Professora universitária

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      A primeira vez foi um susto. O telefone tocou à noite. A notícia veio direta, sem rodeios. Desliguei o telefone e caí no choro. Fiquei como barata tonta: o que faço? De repente, estávamos todos lá. A família inteira. Filhos e filhas, irmãs, sobrinhos e sobrinhas. Foi só um susto.

      Os sustos costumam fazer a gente rever nossas vidas - geralmente, para quem os leva. Mas o tempo passa e a gente cai na rotina. E, às vezes, as mudanças são esquecidas e voltamos para os velhos hábitos... Precisamos de outros sustos. Como os gatos, que têm sete vidas. De quantos sustos são feitas nossas vidas?

      Sempre que tu vais, eu tenho medo que não voltes. Não consigo imaginar. Porque dói.

      Tem dias que fico a pensar quando será a próxima ida. Tem dias que penso que ela não vai haver. Mas sei que um dia tu não vais voltar. De quantos sustos são feitas nossas vidas?

      O texto acima foi escrito no meu blog, em uma das internações do meu pai. Chega uma idade em que, invariavelmente, passamos a temer pela lei natural da vida. Assim como viramos pai/mãe deles.

      DISTANCIAMENTO NÃO É ABANDONO

      Para muitos(as), a pandemia fez com que redobrássemos os cuidados com nossos(as) velhos(as). Tivemos que nos distanciar. Querê-los(as) vivos(as) e com saúde é uma grande demonstração de afeto.

      No meu caso, passei a cuidar da mãe - morando com ela - e do pai, de longe, monitorando-o por videochamadas. Visitas de longe, com máscara, no pátio da casa. Sem abraço, sem contato.

      Assim como eu, diversos filhos e filhas se depararam com esses cuidados e temores durante a pandemia. Outro dia vi a matéria do filho, cujo pai foi internado com Covid-19, que escreveu na grama: Volta, pai! Quantos(as) dos(as) que tiveram pai ou mãe hospitalizados não gostariam que tivessem voltado? Quantos(as) não puderam se despedir?

      Cuidar de nossos(as) velhos(as) não é apenas retribuir o que tivemos ao longo de nossas vidas, é manter vivas memória e sabedoria de uma comunidade. Além disso, em algumas localidades, o(a) idosos(a) é alguém com relevância para renda estável em lares de menor poder aquisitivo, devido à aposentadoria.

      Quem cuia de seus velhos e velhas tem a vacinação em massa como prioridade. Mas por aqui, infelizmente, há quem diga que a morte dos(as) idosos vai melhorar nosso déficit previdenciário. Na média brasileira, 75% dos(as) mortos(as) pela Covid-19 são pessoas acima de 60 anos.

      Triste país que não cuida dos seus velhos e velhas...  

      Erros, acertos e reinícios
      Noemy Bastos Aramburú
      Advogada, administradora judicial, palestrante e doutora

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      A história de Noé, mencionada em Gênesis, fala da construção de um navio. Nele, Deus poupou a vida uma família e de um casal de animais de cada espécie, da destruição da terra por água, deletando o mundo. Consequentemente, teríamos o reinício da humanidade, onde tudo o que havia antes do dilúvio foi apagado. Como a vida é cíclica, isto é, os fatos se repetem em outra época, área, dimensão, cultura, mas o certo é que retornam com outra roupagem. O dilúvio hoje é o "Great Reset".

      O fundador e presidente do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, ao falar sobre o tema assim expressou: "Para alcançar melhor êxito, o mundo deve agir conjunta e, rapidamente, para renovar todos os aspectos de nossas sociedades e economias, desde a educação até os contratos sociais e as condições de trabalho", como noticiou o jornal Gazeta do Povo. Porém, para que existisse um ambiente favorável,aqui, a água é a Covid, sem querer entrar em discussão filosófica ou política. O certo é que a crise e o medo gerados pela pandemia preparam o ambiente necessário para os fatos articulados pela nova tendência mundial.

      FUTURO

      Os mais céticos acreditam que a Covid é uma doença comum como sarampo, catapora e, etc., e que a crise econômica é um fator natural. Entretanto, na reunião, de junho deste ano, agendada por Klaus Schwab com as seguintes autoridades: príncipe Charles da Inglaterra, Antonio Guterres secretário-geral das Nações Unidas, Kristalina Georgieva, diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Lord Stern, especialistas de economia do clima, os chefes da Mastercard e da Microsoft e representantes da juventude Klauss, ressaltaram que "a Covid-19 acelerou nossa transição em direção à quarta revolução industrial" e que "não podemos perder essa oportuna janela" para centrar as novas tecnologias "do mundo digital, biológico e físico no homem". Isto é, não há dúvidas de que as consequência nefastas da pandemia estão proporcionando o "novo dilúvio, deletando e resetando o mundo".

      Talvez você pergunte: o que eu tenho a ver com isso? Tudo. Pois, seremos obrigados a fazer a vacina, sob pena de preconceito pela recusa. Nosso passaporte, concordando ou não, terá rastreamento genético, eliminação completa de todo papel moeda à implementação de uma criptomoeda global, feita pelo estado como solução e necessidade resultante da pandemia.

      O ano de 2021 vem com roupagem nova. Devemos lutar para que a nossa essência não se perca. Que tenhamos orgulho dos nossos antepassados. Suas conquista nos proporcionam um mundo melhor. Aprendemos, também, com os erros, com atitudes que não devemos seguir. O certo é que entraremos em um nova era.

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